terça-feira, 7 de setembro de 2010

Tempo

Tempo




A Adélia Prado





Não tenho versos pós-modernos.

Algumas dores,

Ecos na alma que repetem maldades

E orações,

Recordações de coisas rápidas

E esquecimentos,

Uma rapidez incontrolável.

Mas versos, não.



Hoje,

Em mês do ano dois mil,

Subscrevo-me e assino,

Choro ao final de um acorde

E aqui faz calor, barulho e fumaça.



Ao telefone meu sobrinho

Sorri

E sou capaz de vê-lo.

Acabo de desejar sua

promessa de vinda.



Não sou de hoje

Nego-o todo o tempo. Da inabalável crueldade

Humana, tento esquecer.

E também tenho fome.

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