quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um dedo, um corte

 Fernando Arosa
No corte do dedo
Indicador
Iluminado pela cor da vida
Misturava-se a
Terra molhada
Do quintal,
Lá do fundo do quintal,
Além do laguinho dos patos.

E o fim era um morro
Com bambuzal

Não tínhamos o tempo para o
Choro,
Havia a profecia do curto
Tempo

Do canto da mesa
Avisto um relógio,
A santa ceia,
O cesto de laranjas,
E não percebo que deveria
Parar o tempo ali.

Reuni tudo o que via
E com o dedo limpo
E os ouvidos devidamente preenchidos
De conselhos,
Saí e voltei
Com um certo olhar de
Futuro do pretérito.

¾ Que foi, menino, vá, vá correr.

E acordei, todos os dias,
Dali em diante, com saudades, muitas
saudades.

Um comentário:

  1. Muuuiito bom. Sugiro a leitura de alguns meus, queres? Vá para http://portfolionilo.blogspot.com/2009/08/textos-ninas.html . Estes eu fiz para a ve.

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