Cartão amarelo
É um amor inexplicável esse do
brasileiro pelo futebol. Aqueles que não amam, e ainda brasileiros, fixam-se em
algum canto esperando seus pares para algum outro programa, outra torcida,
outro grande amor. A hora do jogo é a oportunidade de sentir-se com as rédeas
do país nas mãos. A equipe que corre no campo não é um time, não é uma bandeira
que tremula no mastro, não é o hino cantado a capela de braços dados, lágrimas
escondidas. São milhões de pessoas em cada par de pernas que corre pelo
gramado, um vento, uma tempestade certa da vitória contra intrusos que insistem
em querer tirar de nós o comando.
Nosso mapa muda de conformação,
aquele que a escola traduz como marca territorial assume forma e cor com
fronteiras brancas, retangulares, regras internacionais, um direito
mundialmente reconhecido: somos o país do futebol. Como pedir ao povo que não
seja assim, independente de tudo que as ruas clamam? Somos zagueiros, temos
ataques constantes, driblar nossos adversários diariamente faz parte da
conduta, da sobrevivência, por isso não aceitamos empate, afinal, ganhamos
sempre...
O treinador Felipão avalia que temos
a mania de entrar em campo com a certeza de que vamos ganhar, mas que temos
adversários com boas condições de nos enfrentar; o povo, ainda sim, quer é gol.
Levamos um cartão amarelo, temos que nos organizar, refazer nossos ataques e
defesas, pensar em uma equipe que corre harmonicamente, cada um na sua posição.
Aliás, isso dentro e fora do campo, certo?
O cartão vermelho é a penalidade
máxima para o jogador e o pênalti configura falta grave para a equipe. Vimos
alguns cartões vermelhos acontecerem no país essa semana, temos que reformatar
nossas fronteiras e tomar o apito para ganhar esse jogo. Escolha sua próxima
equipe...
(Publicada em www.bafafa.com.br)
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