sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cartão amarelo


É um amor inexplicável esse do brasileiro pelo futebol. Aqueles que não amam, e ainda brasileiros, fixam-se em algum canto esperando seus pares para algum outro programa, outra torcida, outro grande amor. A hora do jogo é a oportunidade de sentir-se com as rédeas do país nas mãos. A equipe que corre no campo não é um time, não é uma bandeira que tremula no mastro, não é o hino cantado a capela de braços dados, lágrimas escondidas. São milhões de pessoas em cada par de pernas que corre pelo gramado, um vento, uma tempestade certa da vitória contra intrusos que insistem em querer tirar de nós o comando.
Nosso mapa muda de conformação, aquele que a escola traduz como marca territorial assume forma e cor com fronteiras brancas, retangulares, regras internacionais, um direito mundialmente reconhecido: somos o país do futebol. Como pedir ao povo que não seja assim, independente de tudo que as ruas clamam? Somos zagueiros, temos ataques constantes, driblar nossos adversários diariamente faz parte da conduta, da sobrevivência, por isso não aceitamos empate, afinal, ganhamos sempre...
O treinador Felipão avalia que temos a mania de entrar em campo com a certeza de que vamos ganhar, mas que temos adversários com boas condições de nos enfrentar; o povo, ainda sim, quer é gol. Levamos um cartão amarelo, temos que nos organizar, refazer nossos ataques e defesas, pensar em uma equipe que corre harmonicamente, cada um na sua posição. Aliás, isso dentro e fora do campo, certo?
O cartão vermelho é a penalidade máxima para o jogador e o pênalti configura falta grave para a equipe. Vimos alguns cartões vermelhos acontecerem no país essa semana, temos que reformatar nossas fronteiras e tomar o apito para ganhar esse jogo. Escolha sua próxima equipe...

(Publicada em www.bafafa.com.br)

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